Luiz Antônio Prósperi - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O Papa Francisco vai participar da campanha contra o racismo na Copa do Mundo, garante a presidente Dilma Rousseff. Convidado a vir ao Brasil para o jogo de abertura do Mundial, o pontífice disse que não poderia estar presente e aceitou enviar um manifesto contra a discriminação racial. O texto do Papa, segundo Dilma, vai ser lido por um jogador da seleção brasileira minutos antes do início da partida e tem o aval da Fifa.
"Conversei com o Papa sobre a nossa disposição de fazer da Copa um marco mundial contra o racismo, assim como estamos conversando com líderes de todos os segmentos religiosos. Ele (o Papa) concordou com a nossa proposta, lamentou não poder vir ao jogo de abertura, mas se prontificou a mandar o texto para ser lido antes do jogo" disse a presidente Dilma, em conversa com oEstado e um grupo de jornalistas de esportes dos principias jornais e redes de TV do País, nesta segunda-feira à noite, no Palácio do Alvorada, em Brasília.
Outros manifestos contra o racismo de segmentos religiosos importantes no Brasil também vão ser lidos nas partidas da Copa. Segundo a presidente, em todos os jogos do Mundial a campanha vai ser forte."Daqui para frente somos todos macacos" disse Dilma, adotando a campanha #somostodosmacacos deflagrada nas redes sociais por meio de uma agência de publicidade contratada por Neymar que foi ao ar assim que Daniel Alves comeu a banana atirada por um torcedor do Villarreal, no jogo contra o Barcelona, neste domingo.
A presidente ficou impressionada com o gesto de Daniel Alves que, na sua opinião, só reforça a campanha contra o racismo na Copa. E pediu para a imprensa levantar essa bandeira no Mundial."Temos de fazer dessa Copa um marco mundial contra o racismo. Temos de dizer do orgulho de sermos afrodescendentes. E entrar na Copa de nariz em pé, dizer ao mundo: nós somos o máximo e acho que devemos isso ao futebol brasileiro. A primeira vez que o negro teve lugar nesse país foi no futebol. Agora somos todos macacos."
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